O Brasil superou a marca de três milhões de sistemas de energia solar na geração distribuída (GD), segmento que permite que consumidores produzam a própria eletricidade. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que esse mercado atende mais de 4,2 milhões de unidades consumidoras e supera 33,5 GW de potência operacional no país. A grande maioria das instalações é de perfil residencial, com mais de 2,3 milhões de conexões. O segmento ainda conta com 307 mil instalações comerciais, 260 mil rurais e 43 mil industriais, além de pouco mais de 8 mil referentes ao poder público. Somente em 2024, o Brasil ganhou quase 650 mil novas instalações de placas solares, beneficiando 844 mil novos consumidores e somando 7,1 GW. O estado com maior número acumulado de sistemas de geração solar distribuída é São Paulo, com 501 mil instalações. Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso completam as cinco primeiras colocações. Entre as cidades brasileiras, a liderança fica com Campo Grande (MS), com 36 mil sistemas fotovoltaicos. Queda de preços O preço da aquisição e instalação do kit fotovoltaico de GD solar apresentou redução média de 6% no preço para o consumidor final nos primeiros seis meses de 2024, mostra pesquisa da consultoria Greener. Conforme o estudo, esse patamar de queda se refere a sistemas de energia solar de até 75 kW. Para instalações de porte superior a 150 kW, o declínio foi ainda maior: 15%. A diminuição nos custos dos painéis solares foi um dos principais fatores que contribuíram para essa redução. A Greener apurou que, ao longo do primeiro semestre, houve uma redução média de 16% nos preços dos kits fotovoltaicos de até 75 kW e de 19% nos sistemas de 75 kW a 5 MW. Já os preços dos serviços de integração para sistemas de menor porte apresentaram uma recuperação em relação a janeiro, embora com valores ainda abaixo dos praticados em 2022 e 2023. No caso dos sistemas de maior porte, os preços médios de serviços de integração se estabilizaram para instalações de até 300 kW. Já para as usinas solares acima de 500 kW houve uma queda de 14% em comparação com os preços registrados no mês de janeiro. Estados com maior número de instalações de energia solar: São Paulo: 501 mil Rio Grande do Sul: 330 mil Minas Gerais: 322 mil Paraná: 232 mil Mato Grosso: 157 mil Bahia: 146 mil Rio de Janeiro: 136 mil Goiás: 132 mil Mato Grosso do Sul: 124 mil Santa Catarina: 111 mil Fonte: Portal Solar
A Cosan, por meio de portfólio, é uma das companhias que mais contribuem para o desenvolvimento do país, com investimentos em áreas estratégicas como infraestrutura, transporte ferroviário, segurança da matriz e transição energética. As empresas que compõem seu portfólio vêm realizando vários projetos nesse sentido. No setor ferroviário, por exemplo, a Rumo realiza um investimento bilionário na construção da Ferrovia Estadual de Mato Grosso, destinada ao escoamento da produção agrícola do estado. No segmento de gás natural, a Compass investiu aproximadamente R$ 1 bilhão no Terminal de Regaseificação de São Paulo (TRSP), que começou a operar em 2024, em Santos. Em energia renovável, a Raízen investiu o mesmo valor para erguer a maior planta de produção de etanol de segunda geração (E2G) do mundo, o Parque de Bioenergia Bonfim, inaugurado este ano em Guariba (SP). Outras empresas da Cosan seguem o mesmo caminho, apostando em tecnologia, inovação, conhecimento e infraestrutura que ajudam a destravar gargalos que há décadas dificultam o crescimento do Brasil. Ao melhorar a logística e ampliar a oferta de energia de fontes mais seguras e renováveis, esses investimentos ajudam o país a ganhar mais relevância no mundo e a se proteger das oscilações no mercado internacional. Além disso, promovem uma matriz energética mais limpa e eficiente, alinhada às demandas globais por sustentabilidade — o que fortalece a imagem do Brasil como referência em soluções com baixa pegada de carbono. Vantagens competitivas Empresas que assumem os riscos de investir em áreas estratégicas desempenham um papel essencial para o progresso do país. Segundo Rodrigo Araujo, CFO da Cosan, esse movimento foi impulsionado nos últimos anos pela maior abertura do Brasil ao investimento privado, com novos modelos de concessão e a ampliação do arcabouço regulatório. “Quando olhamos para o ambiente de infraestrutura, temos vários atores diferentes. Isso é fundamental para a competitividade do país, que tem vantagens mundiais claras no agronegócio e na indústria extrativista”, explica Araujo. “Quanto mais investidores, mais investimentos. Se você deixa qualquer coisa na mão de um único ator, nunca caminhará para ter o máximo possível.” A economista Joisa Dutra, professora na Fundação Getulio Vargas no Rio de Janeiro, ressalta a importância dos projetos voltados à transição energética, em especial no setor de transportes e na indústria. Especialista no assunto, ela acredita que o Brasil “está caminhando para uma arquitetura descentralizada, na qual o papel dos investidores é maior”. A descarbonização, observa, é um processo de riscos e oportunidades. “Aproveitar o potencial energético do país significa identificar as oportunidades e criar soluções que integrem energia, clima e a dimensão ambiental e econômica”, afirma. Trens com baterias A ferrovia que a Rumo está construindo em Mato Grosso visa criar um corredor logístico estratégico, conectando cidades como Rondonópolis, Lucas do Rio Verde e Cuiabá ao Porto de Santos. Atualmente, as obras avançam pelos primeiros 160 quilômetros, entre Rondonópolis e Primavera do Leste. Em linha com metas de redução na emissão de CO2, a empresa iniciou testes com locomotivas híbridas, desenvolvidas em parceria com a Progress Rail. Equipados com sistema diesel-elétrico e banco de baterias que armazena a energia gerada durante o freio dinâmico, esses trens mais eficientes têm o potencial de reduzir em até 30% o consumo de combustível em comparação com os modelos convencionais. A ampliação da oferta do gás natural liquefeito (GNL), promovida pela Compass, é outro investimento de grande importância, pois aumenta a segurança energética e contribui para a descarbonização do país. O GNL é considerado o combustível fóssil de menor impacto ambiental. No início deste ano, a empresa deu início às operações da Edge, uma nova companhia focada em infraestrutura e comercialização, que já opera com um portfólio robusto, incluindo o Terminal de Regaseificação de São Paulo, que utiliza um navio especializado para armazenamento e regaseificação do GNL. Essa iniciativa permite à Edge expandir a oferta de gás natural e fomentar o mercado livre no país. Nos próximos anos, ela planeja investir em infraestrutura para comercializar GNL fora das redes de gasodutos a clientes que buscam substituir combustíveis como carvão, diesel e óleo combustível por alternativas mais sustentáveis. Biocombustível e empregos O investimento da Raízen no Parque de Bioenergia Bonfim, sua segunda planta de etanol de segunda geração (E2G), é outro marco importante, expandindo a produção de biocombustíveis renováveis da companhia. Produzido a partir de resíduos vegetais, o E2G permite atender setores em que a descarbonização é um desafio, como o transporte aéreo e marítimo. A nova planta já tem 80% de sua capacidade anual contratada, o que demonstra a demanda crescente por fontes de energia de baixo carbono. Além de melhorar a logística, acelerar a transição energética e pavimentar o caminho para o crescimento do Brasil, os investimentos da Cosan produzem benefícios diretos para aqueles que trabalham nesses projetos e suas famílias. “A infraestrutura como um todo também é emprego”, ressalta o CFO da companhia. “São ações que envolvem milhares de pessoas trabalhando por anos e demandam mão de obra que tem de ser treinada e qualificada. Isso transforma a vida dessas pessoas, não apenas o país", conclui Araujo. Fonte: O Globo