Energias Renováveis & Eficiência Energética

AHK Rio promove conferência para debater tecnologias e soluções para energia solar

01/11/2019

Especialistas brasileiros e alemães apresentaram as oportunidades e desafios desse setor nos dois países.

A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro promoveu nesta segunda-feira, 28, a Conferência “Brasil-Alemanha sobre Energia Solar Fotovoltaica, CSP e Tecnologias de Armazenamento”. O Hilton Hotel recebeu mais de 125 pessoas interessadas no evento, que contou com especialistas brasileiros e alemães que apresentaram as oportunidades e desafios desse setor no Brasil e na Alemanha.

O evento foi dividido em cinco partes, a primeira foi apresentação da iniciativa do governo alemão de Exportações de Tecnologias de Energias Limpas, apresentada por Philipp Hahn, gerente de energias renováveis e meio ambiente da AHK Rio. Segundo Philipp, o objetivo é facilitar negócios entre empresas alemãs e do exterior no setor de energias renováveis, eficiência energética, smart grid e tecnologias de armazenamento, financiada pelo Ministério Alemão de Economia e Energia. “Esse evento é um exemplo dessa iniciativa, que promove oportunidade de network e oferece informações”, afirma.

O painel de abertura buscou desenhar a perspectiva e o panorama do setor de energias solar tanto na Alemanha quanto no Brasil. Pablo Dornellas, da Associação Brasileira de Geração de Distribuída (ABGD), apresentou tendências e perspectivas de geração distribuída no Brasil. Ele afirmou que a classe média brasileira já tem condições de adquirir esse tipo de energia, o que ajudaria a aumentar o consumo dela no país, uma vez, que possui cerca de 84 milhões de consumidores, e apenas 0,1% consome energia de geração distribuída. Natália Chaves, da AHK Rio, apresentou estudo em parceria com Instituto para Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina (Ideal) sobre o mercado brasileiro de geração distribuída fotovoltaica. Esta é a sexta edição do estudo e Natália destacou a evolução ano a ano. “Nesta sexta edição percebemos que houve um aumento na criação de empregos, os preços continuam diminuindo, o surgimento de novas linhas de financiamento, além do aumento da experiência das distribuidoras frente aos processos de conexão à rede”, afirma.

Markus Vlasits, da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSolar), e Jan Knaack, da Associação Solar Alemã (BSW Solar), apresentaram as perspectivas para o setor fotovoltaico no Brasil e para o setor de energia solar e armazenamento na Alemanha, respectivamente. Markus lembrou o ótimo resultado da energia fotovoltaica no último leilão de energia promovido pelo governo brasileiro, o que mostrou o grande potencial do setor no Brasil. Jan Knaack, destacou o aumento do mercado fotovoltaico na Alemanha, segundo o representante da BSW, em 2018, o mercado cresceu pelo terceiro ano consecutivo, e o principal mercado vem do segmento comercial. Ainda de acordo com Jan os sistemas de armazenamento também estão em crescimento, desde 2013 a taxa média de crescimento anual é cerca de 50%, com grandes possibilidades de expansão. Entre um dos motivos para o crescimento também está o processo de descarbonização e consequentemente a transição energética que a Alemanha passa. O debate foi moderado por Philipp Hahn.

O segundo painel apresentou projetos e soluções da energia heliotérmica ou CSP. Ricardo Castanho, da AHK SP, foi o moderador e contou com palestrantes como Daniel Benitez, do Instituto para Pesquisa Solar do Centro Aeroespacial Alemão (DLR); Philipp Hahn; Irapuã Ribeiro, da Industrial Solar; e Miriam Sayeg, da Shlaich Bergermann Partner (SBP). Entre os assuntos abordados no painel estavam as perspectivas para o avanço da energia héliotérmica na Alemanha, a utilização de calor solar para processos industriais, além de energia solar térmica de alta temperatura aplicada à indústria e diligência e desenho de usinas heliotérmicas e rastreadores fotovoltaicos.

A energia fotovoltaica da Alemanha foi o tema da terceira rodada do dia, e Jan Knaack, da Associação Solar Alemã (BSW), retornou ao palco para fazer a moderação. O painel contou com a presença de Clemens Schumacher, da empresa EEpro, que falou sobre desenvolvimento e financiamento de projetos de energia solar em escala global; Hans Rauschmayer, parceiro oficial da Valentin Software no Brasil, que explicou detalhadamente as funcionalidades do software PV*SOL - ferramenta para aumento na eficiência nas vendas e na qualidade das propostas; e Marco Novak, da AXITEC, que trouxe as melhores práticas em módulos solares e acumuladores e experiência no Brasil, além de apresentar os diferenciais dos produtos AXITEC.

No quarto e último painel, foram apresentadas as perspectivas e soluções para o armazenamento de tecnologias. Andrea Sarmento, do Instituto de Tecnologia Edson Mororó Moura (ITEMM), e Jens Hüren, da MAN Energy Solutions, foram os responsáveis pelas palestras. Andrea destacou os principais desafios do país nesse processo: regulamentação, custo dos produtos, maturidade tecnológica e principalmente a quebra de paradigma de sistema elétrico. “Precisamos deixar de ser centralizado para virar bidirecional, só assim conseguiremos avançar”, afirma. Finalizando o dia, Jens Hüren, trouxe alguns modelos de armazenamento oferecidos pela empresa, tais como: bateria, eletrotérmico, ar líquido, ar comprimido e de sal fundido, este último é um armazenamento térmico, que serve para grande escala e longa duração, além é ideal para armazenamento em CSP ou usinas térmicas.